Boletim do Pedro #2

Hoje eu faço 35 semanas de gestação. Sexta-feira tive consulta com meu obstetra e, ao abrir a porta do consultório, ele me olhou e disse: "Nossa, Carol, como você mudou em 15 dias! Já tá inchadinha...". Foi a deixa pra eu começar a desabafar: "Ai, doutor, nem me fala! Agora dói tudo, me sinto cansada, indisposta, de mau humor, meus sapatos não cabem, minha aliança não sai mais do dedo - porque meus pés e minhas mãos estão super inchados -, meu nariz tá enorme e vermelho, não consigo achar posição pra dormir e, quando durmo, acordo moída, toda doída, tenho dificuldade em subir as escadas do meu trabalho porque não tenho força nas pernas - elas doem muito e minhas costas também..." e parei por aí com uma cara de cachorro abandonado.

Minha esperança era que ele me desse alguma receita milagrosa para amenizar todo esse mal-estar, que me mandasse fazer algum exercício específico ou me receitasse algum remédio para os inchaços e as dores. Mas ele não teve um pingo de dó de mim. Ao invés disso, ele mal esperou eu acabar meu desabafo dramático (enquanto eu descrevia tudo que estava sentindo, ele sorria e balançava a cabeça positivamente) e soltou na maior naturalidade: "Que bom, né, Carol? Sinal de que você é uma grávida normal! Eu estava achando mesmo bom demais para ser verdade você estar tão serelepe, sem reclamações, vivendo normalmente como se nada de diferente estivesse acontecendo... Bem-vinda ao terceiro trimestre da gravidez! É assim mesmo!".

"Mas não há nada que eu possa fazer pra melhorar isso?", perguntei. E ele começou a falar o óbvio, que ele já tinha me dito mil vezes, para não passar muito tempo sentada, colocar os pés pra cima antes de dormir, não deixar de fazer exercícios físicos, maneirar no sal e cuidar da alimentação de uma forma geral... tudo que eu já estava fazendo. E completou: "Não tem solução milagrosa, esse finalzinho da gestação é mais chato mesmo, mas tenha paciência que já está acabando". Ou seja, "não tem jeito, filha, você vai passar mais um mês se sentindo horrorosa, podre e insuportável!". Sorte que o Vitor estava comigo na consulta e já ficou avisado!

Agora eu entendo por que todo mundo fala que o segundo trimestre é a lua-de-mel da gravidez. No primeiro trimestre eu me sentia doente, péssima. Vomitava todos os dias, odiava todos os cheiros do mundo, sentia que tinha comido 50 quilos de maionese estragada e não ia parar nunca de botar os bofes pra fora. Emagreci, tinha olheiras de drácula, tinha vontade de ficar o dia inteiro na cama. Um horror. Como num passe de mágica, tudo passou quando eu completei 3 meses. A barriguinha começou a aparecer bem de leve e eu me sentia ótima, linda, bem disposta... Eu estava me achando! Ainda bem que eu aproveitei para viajar, fazer o chá de bebê do Pedro e tirar fotos com o marido e o barrigão justo nessa fase. Até que, de novo como num passe de mágica, todo esse glamour foi parar no escambau e eu passei a me sentir péssima, inchada, mau humorada.

Sim, mulheres do meu Brasil, a gravidez é linda e mágica e emocionante, mas não à toa que ela dura apenas (apenas?????) nove meses. O romantismo e o glamour uma hora acabam, sim. O terceiro trimestre chega para todas, como um rolo compressor.

Ok. Faltam apenas 5 semanas (ou menos) para o fim e o começo, e eu tô esperando ambos com toda a ansiedade do mundo.

Comentários

Anônimo disse…
Ufa! Ouvi sua voz e vi sua expressão em cada palavra! Li na mesma velocidade que imagino que você escreveu: quase um desabafo! Adorei! 03 beijos! ;-)
leizer regina disse…
Vce e linda de qualquer jeito!!! *--*
Anônimo disse…
Carol,
Concordo com a Leizer Regina: vc é linda de qualquer jeito!! Isso daí são só rasteiras do seu psicológico. hehehehe
Não tem nada mais bonito que uma mulher grávida, muito embora ela esteja com uma barriga grande!!! Vc tá linda!!!
=)
E também estamos ansiosos pra conhecer o Pedro!!!
=)
Bjo
Fabi Catunda
Adria disse…
Cunhadinha!!!!Agora é foco!!Pensa que daqui a pouco nós vamos ver o rostinho dele e vamos beijá-lo muito!!!!Foco nele!!Hehehehe =)
Juliana disse…
Já deve ter nascido...
Quero muito ouvir os relatos sobre ser mãe de recém-nascido.
Muito, muito ansiosa para saber do parto, pós-parto, da amamentação, sono, neném e maternidade, tudo sob sua ótica.
No aguardo por mais posts.
bjos